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Lance 1 – as tacadas no mercado norte-americano
Consiste em uma esperteza de advogados norte-americanos, valendo-se da eterna ingenuidade penal brasileira.
Por lá se desenvolveu a curiosa tese de que o dólar é um patrimônio dos Estados Unidos. Assim sendo, qualquer ato de corrupção que envolva até meros pagamentos em dólar expande a territorialidade e passa a ser tratado como ato de corrupção contra o governo norte-americano. É a mais nova forma de tomar dinheiro, seguindo no rastro dos fundos-abutre.
Qualquer operação contra empresas brasileiras se transforma instantaneamente em ações de indenização contra elas nos EUA.
Tome-se o caso do Bradesco. De manhã, a Zelotes implica o banco em uma bobagem qualquer. No meio da tarde, explode uma ação contra o banco em Nova York.
Essa estratégia está se disseminando pela banca nova-iorquina, contando com a inestimável ajuda do Ministério Público Federal (MPF), que trata de alimentar os processos com informações contra as empresas brasileiras.
Com a agilidade que caracteriza o mercado norte-americano, não se surpreenda se já não tiverem montado uma estrutura de insiders para antecipar os próximos alvos dessas operações.