Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de justiça, homologou um acordo com o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), suspendendo pelo menos cerca de três procedimentos contra o magistrado por supostas infrações disciplinares. Malucelli atuava em segunda instância nos processos da Operação Lava Jato, mas no ano passado se envolveu em polêmicas. O conteúdo do Termo de Ajustamento de Conduta permanece em sigilo, de acordo com o CNJ. O acordo partiu da defesa de Marcelo, que buscava evitar que as reclamações se tornassem processos disciplinares, que poderiam colocá-lo na mira das penalidades previstas na Lei Orgânica da Magistratura. Os processos em tramitação tratavam, principalmente, de uma suspeição do magistrado para julgar processos nos quais o advogado Rodrigo Tacla Duran é réu, devido à relação do desembargador com Sergio Moro. Tacla Duran afirmou no passado que pessoas próximas à Moro tentaram extorqui-lo para obtenção de um acordo de delação mais vantajoso – o que o senador repudia. E o filho de Malucelli é sócio do senador e da deputada Rosangela Moro em seu escritório de advocacia. Além disso, João Eduardo, filho do desembargador, seria namorado da filha do casal de parlamentares. Em 2023, uma das decisões de Malucelli envolvendo Tacla Duran derrubava o pedido de revogação de prisão contra o advogado.

A deputada federal Rosangela Moro foi escolhida para integrar a chapa de Ney Leprevost na disputa pela prefeitura de Curitiba. O anúncio foi feito em um evento realizado na capital paranaense, com participação do senador Sergio Moro, marido da parlamentar. Apesar de ter sido eleita deputada federal pelo estado de São Paulo, Rosangela pediu a transferência de seu título de eleitora para Curitiba, mesmo reduto eleitoral de seu marido. O objetivo era abrir caminho para que ela se tornasse uma alternativa ao Senado caso Sergio Moro fosse cassado pela Justiça Eleitoral. A transferência gerou processos na Justiça. O Partido dos Trabalhadores entrou com um recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, afirmando que o pedido de troca do título representava uma ‘fraude à representatividade’. No entanto, o TRE manteve a mudança de domicílio.

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