O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, declarou, na sexta-feira 3, sua desistência da candidatura à prefeitura de Curitiba. Dallagnol afirmou que o motivo da desistência é a necessidade de focar em outras iniciativas políticas que vão além do âmbito municipal. O anúncio foi feito por uma postagem na rede social X, onde Deltan afirma em vídeo: “Depois de muito orar e refletir, sinto que minha missão neste momento vai além de Curitiba e que posso contribuir de modo mais amplo para a renovação política, ajudando a formar e eleger bons candidatos Brasil afora.”

O que o ex-procurador deixa de declarar é que em maio de 2023, enquanto exercia a função de deputado federal, Dallagnol teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Lei da Ficha Limpa, muito defendida por ele ao longo de sua carreira política. Portanto, considerando que Deltan não tem a ficha limpa, ele se torna inelegível, não podendo disputar as eleições para prefeito de 2024. Apesar disso, o ex-deputado parece não se preocupar e ainda anuncia publicamente que não irá concorrer, como se isso dependesse de sua vontade. A conduta de Dallagnol, apesar de receber apoio de muitos, também gerou revolta. Um comentário no vídeo postado por ele anunciando a sua “desistência” diz: “A estética da hipocrisia da Lava Jato, um dos rostos principais da operação, ficha suja e portanto inelegível, “decide” não se candidatar. “ 

No dia 21 de maio, as análises referentes ao afastamento de Gabriela Hardt, por parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), serão retomadas. O juiz Danilo Pereira Júnior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima seguem na mira. O resgate dos processos pode fazer com que um Processo Administrativo Disciplinar contra a juíza seja aberto ou que as acusações contra Hardt sejam totalmente derrubadas.

O senador Sergio Moro também pode ser alvo de investigação, caso seja considerado culpado por irregularidades. No entanto, o julgamento, caso aconteça, será separado dos demais, considerando a diferença de cargo exercido.

Algumas investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre os processos da 13° Vara Federal de Curitiba, apontam uma apuração, partindo do Ministério Público de São Paulo, sobre funcionários da Petrobras suspeitos de causar danos a acionistas minoritários da empresa. 

O inquérito referente a esse processo foi instaurado em 2015 mas, a pedido da empresa, foi encaminhado para a Operação Lava Jato e arquivado. Um dos argumentos que respalda os possíveis investigados é de que o acordo foi restritivo e deu poderes para a operação gerir os valores da forma que quisesse.

De acordo com o relatório da Corregedoria Nacional de Justiça há sinais de uma “atuação aderente da força-tarefa aos interesses da Petrobras”, considerando que algumas acusações não foram apuradas. Segundo o órgão do CNJ, o Ministério Público Federal (MPF) aderiu à iniciativa da empresa e abortou os esforços da investigação do Ministério Público de São Paulo.

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