Confira os destaques da semana passada referentes à Lava Jato: 08 de julho de 2024
O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Guilherme Roman Borges, autorizou o doleiro investigado na Lava Jato, Alberto Youssef, a acessar o conteúdo do grampo clandestino implantado na cela em que esteve preso em 2014. Roman Borges afirmou que a gravação do grampo foi destinada à Polícia Federal (PF) e encaminhada ao Ministério Público Federal em abril de 2017, e que, desde então, não retornou à 13ª Vara. Sobre a autorização de acesso, o juiz afirmou: “É seu direito (de Youssef) o acesso a estas escutas ambientais clandestinas realizadas no período em que esteve preso, pois, se de fato ocorreram, cabe a ele decidir se elas são ou não pertinentes a seu respeito, e não às autoridades administrativas.” A decisão de Roman Borges também permite que Youssef acesse os autos das sindicâncias abertas pela PF a respeito das gravações ilegais. O corregedor nacional de justiça Luis Felipe Salomão, estabeleceu, em outra frente, um prazo de 15 dias para que a 13ª Vara manifeste uma ação relacionada ao grampo.
José Dirceu (PT), ex-ministro chefe da Casa Civil, categorizou o mensalão como “a primeira grande fake news do Brasil”. De acordo com Dirceu, sua condenação foi política e ele merece voltar ao Congresso Nacional. O ex-ministro afirmou, em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Band: “Nos autos do Supremo não há prova nenhuma de que eu era responsável por nada. Quer dizer, eu fui condenado porque eu deveria saber. Eu tinha que saber. Aquilo foi uma condenação política para me tirar da vida política nacional” (…) “A primeira grande fake news do Brasil foi o mensalão. Não o caixa 2 na campanha eleitoral, mas sim a ideia, a história que existiu, o que eu era responsável.” Espera-se que José Dirceu decida sobre a sua candidatura para voltar ao Congresso já no ano que vem.
Keiko Fujimori, ex-candidata à presidência do Peru, sentou-se no banco dos réus na abertura de seu julgamento por lavagem de dinheiro referente ao escândalo da Odebrecht (atual Novonor). A equipe especial de procuradores da Lava Jato investigou Fujimori durante os últimos seis anos, indultado em dezembro do ano passado. A juíza presidente do tribunal, Juana Caballero, declarou instalado o julgamento, que poderá durar mais de um ano, após uma audiência de cerca de seis horas de duração. A promotoria peruana concluiu que Keiko financiou suas campanhas presidenciais com dinheiro não declarado da Odebrecht, avaliado em cerca de 6,7 milhões de reais. Fujimori se declara inocente e possui diversos apoiadores, que, nos arredores do tribunal, exclamavam frases como “justiça sim, vingança não! Keiko é inocente.” O Ministério Público pede aproximadamente 30 anos e 10 meses de prisão para a ex-candidata.
O atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nomeou o delegado Rodrigo Luís Sanfurgo de Carvalho, para assumir o comando da Polícia Federal em São Paulo. o delegado já atuou na Operação Lava Jato, em 2016, apurando sobre lavagem de dinheiro desviado da Petrobras e investigando recebimentos de propina vindos da Odebrecht. O novo superintendente assumirá a posição do delegado Rogério Giampaoli.
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Referências e outras notícias
- Justiça autoriza Youssef a acessar áudios de grampo clandestino da Lava Jato https://www.cartacapital.com.br/politica/justica-autoriza-youssef-a-acessar-audios-de-grampo-clandestino-da-lava-jato/
- Juiz concede acesso a grampo encontrado em cela a defesa de Youssef https://www.poder360.com.br/justica/juiz-concede-acesso-a-grampo-encontrado-em-cela-a-defesa-de-youssef/
- Mensalão foi a primeira grande fake news do Brasil, diz Dirceu https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/mensalao-foi-a-primeira-grande-fake-news-do-brasil-diz-dirceu/
- Peru inicia julgamento de Keiko Fujimori pelo caso Odebrecht https://www.cartacapital.com.br/mundo/peru-inicia-julgamento-de-keiko-fujimori-pelo-caso-odebrecht/
- Governo Lula nomeia para chefe da PF em SP delegado que atuou na Lava Jato https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/07/05/governo-lula-troca-chefe-da-policia-federal-em-sao-paulo.htm