O Tribunal Superior Eleitoral suspendeu, na quinta-feira (16), o julgamento que tem como pauta a possível cassação do senador Sergio Moro. Alexandre de Moraes, presidente do TSE, interrompeu a sessão em razão do horário.  Houve apenas a leitura do relatório inicial antes da suspensão.

O julgamento deve ser finalizado na próxima terça-feira, 21 de maio. Ainda restam as argumentações orais da acusação e da defesa, o posicionamento do Ministério Público Eleitoral (MPE) e o voto dos ministros. 

Após solicitação do Ministério Público Federal (MPF), a justiça decidiu repatriar US$14,6 milhões encontrados em uma conta na Suíça que pertenciam a investigados da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. O valor, que estava bloqueado na Suíça desde 2019, já foi depositado em uma conta judicial brasileira até que a Justiça defina qual será a sua destinação.

O pedido de repatriação foi formulado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPF), e o valor será somado a aproximadamente R$270 milhões, que já haviam sido repatriados. 

No domingo (19), ocorreu mais uma eleição presidencial na República Dominicana. As últimas pesquisas indicaram o atual presidente, Luis Abinader, como favorito. 

O país foi governado pelo PLD, maior partido do país, por 16 anos consecutivos, primeiro com Leonel Fernández e depois com Danilo Medina. Na última eleição, que resultou na vitória de Luis Abinader, acusações de corrupção destinadas à Medina afetaram a candidatura de Gonzalo Castillo, ex-ministro de Obras Públicas.

A investigação que recebeu o nome de “Caso Calamar” aborda um suposto esquema de corrupção no governo de Danilo Medina, em que a promotoria acusou ministros e outros envolvidos com o governo de desvio de recursos públicos.  Os documentos do caso foram divulgados recentemente e chamam a atenção pela semelhança com o roteiro do lawfare. 

Durante os últimos quatro anos, diversas figuras relacionadas a Medina e ao seu governo foram investigadas. Agora, às vésperas da eleição, o dossiê acusatório foi divulgado pela promotoria para a imprensa, antes mesmo que os acusados tivessem acesso ao documento. A situação chama a atenção pela semelhança com o ocorrido na eleição brasileira de 2018, quando a seis dias do pleito o até então juiz Sergio Moro vazou para os meios de comunicação a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, buscando influenciar na campanha política, sendo que, mediante análise posterior, descobriu-se que a delação estava isenta de provas e era falsa.

Deltan Dallagnol, ex-procurador chefe da Lava Jato, será o principal nome da audiência pública marcada para a próxima terça-feira (21) na Assembleia Legislativa do Paraná. Dallagnol protagonizará uma audiência com o tema “Transparência e Ética na Gestão Pública: ainda há esperança?”. O tema da audiência, somado a um dos últimos vídeos de Deltan, em que o ex-deputado afirma que “não cabe ao judiciário fazer uma ofensiva contra alguém”, levantam um forte sentimento de ironia e a percepção de contradição perante os posicionamentos de Dallagnol, acusado constantemente por suas atitudes antiéticas e, junto a Moro por sua conduta errônea no que se refere ao poder judiciário.

Outra grande ironia envolvendo o nome de Deltan será a audiência pública sobre os 10 anos da Operação Lava Jato, que acontecerá ainda na terça-feira (21), em Brasília. A ironia se deve ao principal nome que deve compor a mesa ao lado de Deltan: o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), um dos críticos mais enfáticos da operação e advogado de diversos investigados. A audiência, convocada pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP), tem como objetivo ser um debate construtivo sobre o tema.

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