Nesta quarta (15), os ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes, protagonizaram uma nada amigável discussão no STF, motivada pela mudança de postura de Fux por sua decisão de pedir vista no julgamento de um  recurso de Sérgio Moro para reverter a decisão que o tornou réu por calúnia contra o Ministro Gilmar.

Segundo apuração da jornalista Mônica Bergamo, Mendes não poupou Fux e disparou: “Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato”. Gilmar ainda criticou o longo voto de Fux no julgamento da tentativa de golpe, afirmando que a decisão “não fazia o menor sentido” e “acabou condenando o mordomo [Mauro Cid]”.

A resposta de Fux veio em tom de queixa, reclamando que o decano o ataca publicamente. A réplica de Gilmar foi imediata: “É verdade, falo mal de você publicamente, porque considero você uma figura lamentável”. 

A opinião de Gilmar sobre Fux se popularizou após o voto proferido no julgamento da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Este episódio, longe de ser uma mera querela pessoal, revela o esgotamento, não só de Gilmar Mendes, com comportamento judicial que oscila ao sabor das conveniências, minando a previsibilidade e a credibilidade do Supremo. Quando as contorções hermenêuticas de um único ministro se tornam o principal foco de crise, é a própria Justiça que adoece, refém da insegurança e do personalismo que corroem suas fundações.