Walter Delgatti, conhecido como o hacker de Araraquara, ganhou notoriedade em 2019 após ser preso pela Operação Spoofing, acusado de hackear e vazar dados do celular do então ministro da Justiça, Sergio Moro. Os vazamentos das conversas no Telegram geraram críticas à condução da Lava Jato por Moro. Ele já tinha registros policiais anteriores por falsidade ideológica e tráfico de drogas, sendo solto em 2020 com tornozeleira eletrônica, mas foi preso novamente em 2023 por acessar a internet em desacordo com as medidas judiciais. 

Recentemente, Delgatti foi preso novamente em uma nova operação da Polícia Federal. A PF investiga a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Entre os documentos forjados, havia um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com referências à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Delgatti revelou ter sido levado por Carla Zambelli para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro em agosto de 2022, durante a campanha eleitoral. Segundo ele, Bolsonaro perguntou se poderia invadir as urnas eletrônicas com o código-fonte dos equipamentos, mas o plano não avançou. 

Nesta semana também o The Intercept publicou uma resposta a Merval Pereira, após ele insinuar que o Intercept teria pagado os serviços de Walter Delgatti Neto para ter acesso aos arquivos de mensagem que foram utilizados na série de reportagens da Vaza Jato. Em trecho o jornal explica que Merval propaga fake news ao afirmar que os arquivos tenham sido alterados e reafirma que vários jornalistas de diversas redações acessaram o arquivo e que há provas incontestáveis no material, inclusive a própria polícia federal já havia atestado a integridade das mensagens.  

Na última semana aconteceu o evento da Controladoria-Geral da União sobre os dez anos da Lei Anticorrupção, o executivo da ONG Transparência Internacional Brasil, Bruno Brandão, tentou se desvincular da “lava jato” e mostrar-se crítico da “República de Curitiba”. Porém, sua ligação com líderes da “lava jato” é conhecida, envolvendo articulação de candidaturas lavajatistas e tentativa de desviar fundos de acordos de leniência. O público reagiu com ceticismo, e ele não fez críticas aos métodos da “lava jato”, apenas apontou que prendeu “pouco”. 

Na quinta-feira (3), Cristiano Zanin assumiu o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, tornando-se o primeiro indicado por Luiz Inácio Lula da Silva durante seu terceiro mandato como presidente. No programa “Durma com Essa”, sua trajetória até o STF, suas posições e os primeiros temas que ele deve julgar foram discutidos.  

Além disso, o ex-juiz Sergio moro não compareceu ao evento, que contou com mais de 800 pessoas, dentre políticos e figuras jurídicas que fizeram piadas e provocações sobre Moro. Houve aplausos prolongados para Zanin e um clima de desforra prevaleceu. 

Moro, também está buscando estabelecer contatos com líderes do Judiciário e Legislativo para melhorar seus relacionamentos e evitar a perda de seu mandato. Ele enfrenta acusações de abuso de poder econômico no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), mas o julgamento deve ocorrer em outro momento. Sua estratégia atual é ganhar tempo e tentar articular uma defesa para evitar a condenação. Seus assessores já estão preparando uma operação para apresentar a versão de que Moro foi perseguido, e a projeção de sua esposa, Rosângela Moro, deputada federal, será usada nesse sentido. 

Na sexta (04), o ministro do STF, Dias Toffoli, convocou o empresário Tony Garcia para depor sobre denúncias arquivadas pela juíza Gabriela Hardt relacionadas à Lava Jato. Gravações de Garcia confirmam que ele foi agente infiltrado de Sergio Moro e obteve benefícios ao gravar ilegalmente autoridades. O depoimento será realizado perante a PF, PGR e um juiz designado por Toffoli. 

No Twitter Garcia se manifestou: 
 
“Urgente: agora é pra valer! Acabo de ser informado pelos meus advogados que fomos intimados para falarmos sobre o que a juíza Gabriela Hardt engavetou a mando de @SF_Moro. Serei ouvido pela PF, PGR e um juíz designado pelo ministro Dias Toffoli. Chegou a hora!!! Tic tac tic tac!!”, escreveu Garcia no Twitter. 

O presidente Lula expressou na última semana que escolherá o novo Procurador-Geral da República (PGR) com mais critério e pente fino, devido à perda de confiança no Ministério Público após a Operação Lava Jato. Ele chamou a força-tarefa da Lava Jato de “um bando de aloprados” que fez a sociedade brasileira de refém. A indicação do novo PGR está prevista para setembro, e o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, é o mais cotado. Lula também apontou que a escolha será em prol do Brasil, não por interesses pessoais, e que não quer alguém que faça denúncias falsas. 

REFERÊNCIAS E OUTRAS NOTÍCIAS

  • A torcida da finada Lava-Jato com a nova prisão do hacker – Veja https://urx1.com/GK0ys
  • Interceptações da Lava Jato, ligação com Zambelli, convocação para a CPI: os casos envolvendo o hacker de Araraquara – G1 https://l1nk.dev/dwGOg
  • Diretor da Transparência Internacional tenta se desvincular da ‘lava jato’ – ConJur https://ury1.com/qlvio
  • Merval Pereira mente no Globo sobre a Vaza Jato; Esta é nossa resposta – The Intercept https://urx1.com/lHXWu
  • Promotor da Lava-Jato garante que vai agilizar processos enviados ao DF – Correio Braziliense https://ury1.com/kcl5Q
  • Em 10 anos, uso da Lei Anticorrupção foi além da Lava Jato – Deutsche Welle https://l1nq.com/dLHvy
  • Zanin no Supremo: próximo de Lula, longe da Lava Jato – Nexo Jornal https://l1nq.com/kEh5P
  • Posse de Zanin tem deboche com Moro e ‘desforra da política’ – G1 https://acesse.one/XXXwV
  • Moro tenta construir pontes em Brasília para não perder mandato – Metrópoles https://l1nk.dev/XMQOk
  • Tony Garcia vai depor sobre atuação de Gabriela Hardt na Lava Jato – O Cafezinho https://l1nq.com/BqTH5
  • Prestes a escolher PGR, Lula diz que perdeu confiança no MP após Lava Jato – UOL https://acesse.one/eZQUe