O passado de Deltan e o presente de Moro foram as pautas principais da última semana. O ex-deputado e ex-procurador, que viajou aos EUA para compor workshop cristão sobre novas lideranças conservadoras, teve seu passado revirado e exposto mais uma vez, inclusive de outros polêmicos workshops. Conforme exposto pela Operação Spoofing, Deltan pretendia apresentar o “caso Lava Jato” para os desembargadores do TRF-4, das áreas criminal e cível. Ainda que mal-sucedido o plano inicial, Deltan conseguiu reuniões particulares com dois desembargadores, sendo estes João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen. Tratou-se de uma tentativa aparentemente bem-sucedida de “ganhar confiança” dos desembargadores, que viriam a julgar numerosos casos da Operação. Além do workshop, a Operação Spoofing também revelou que o ex-procurador mantinha um chat privado consigo mesmo, onde guardava reflexões já acreditando no seu sucesso eleitoral em 2018, e postulando que o MPF deveria lançar um candidato por estado. Também tentava prever possíveis punições do CNMP, sabendo da irregularidade de suas atitudes previstas.

Sobre Sérgio Moro, o assunto tem sido sua provável cassação no cargo de senador. É essa a expectativa de aliados muito próximos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, e portanto aliados de Moro em algum momento, como Ricardo Barros e Valdemar da Costa Neto. O PL, partido de Ricardo Barros e de Valdemar da Costa Neto, acusa Moro de “tumultuar” ação que pode cassar seu mandato. O tumulto causado por Moro seria no sentido de pedir juntadas desnecessárias e protelatórias, a fim de “procrastinar a marcha processual” e “politizar o julgamento” As provas apresentadas por Tony Garcia também complicam a posição do ex-juiz, uma vez que demonstram o conhecimento de Moro e a não inclusão nos autos de um vídeo envolvendo desembargadores do TRF-4 no que o delator chama de “festa da cueca”.

Ademais, nos tribunais superiores, e especificamente no STF, o ministro Gilmar Mendes voltou a criticar o que chamou de “Modelo Moro e Deltan” ao defender a aplicação do juiz de garantias. Afirmou o ministro que tal modelo dá “asco e nojo”. Ainda sobre o STF, a Corte decidiu unanimemente rejeitar denúncia da Lava Jato contra Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Paulo Bernardo, ex-deputado e ex-ministro nos governos Lula e Dilma.

Referências

  • PL acusa Moro de tumultuar ação que pode cassar seu mandato – Politica – Estado de Minas https://l1nq.com/9weXP
  • Tony Garcia apresenta prova que Moro mentiu sobre “festa da cueca” | Revista Fórum https://l1nq.com/u5GIN
  • ConJur – Deltan já sonhava com política e se preocupava com CNMP em 2018 https://l1nq.com/vObFB
  • ConJur – Deltan queria promover workshop da ‘lava jato’ para desembargadores https://l1nq.com/GK8oj
  • Por unanimidade, STF rejeita denúncia da Lava Jato contra Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo – CartaExpressa – CartaCapital https://l1nq.com/ynf2v
  • Gilmar defende a aplicação do juiz de garantias: ‘Modelo Moro e Deltan dá asco e nojo’ – CartaExpressa – CartaCapitalhttps://encr.pw/DDIDd