Lava Jato: um legado de contradições e oportunismo
A Lava Jato, outrora apresentada como uma cruzada moral contra a corrupção, mais uma vez revela a face de seu verdadeiro legado: a instrumentalização política. Rosângela Moro, deputada federal eleita por São Paulo, decidiu concorrer ao cargo de vice-prefeita de Curitiba, no Paraná. Seria uma coincidência que essa movimentação ocorra em meio a uma busca por maior poder político e sustentação na máquina pública? Ou é mais um episódio da incoerência que marcou a Operação Lava Jato e os personagens centrais que a promoveram?
A operação que se vendia como o centro da moralidade e do combate à corrupção resultou em uma profunda erosão democrática, desacreditando a política institucional e abrindo espaço para narrativas perigosas. Enquanto isso, seus protagonistas, como o casal Moro , parecem desprezar os próprios princípios que alegavam defender. A deputada, eleita por um estado, agora volta seu interesse para outro, ignorando os eleitores paulistas e flertando com a incoerência.
Especula-se que o próprio Sérgio Moro planeje concorrer ao governo do Paraná em 2026. Mas, honestamente, fica difícil saber em qual estado ele realmente concorrerá, já que o casal parece incapaz de decidir qual região representa ou de respeitar os eleitores que neles confiaram. Hoje em São Paulo, amanhã no Paraná — quem sabe onde estarão quando for conveniente para seus interesses pessoais?
Rosângela e Sergio Moro, que tanto propagaram a narrativa de que o sistema político era intrinsecamente corrupto, agora demonstram com suas ações que a incoerência política e a sede por poder são a regra. O que aconteceu com a luta anti-sistema? O casal parece tomar o desrespeito como regra, ou com o Estado Democrático de Direito ou com seus eleitores.
Esse é o legado da Lava Jato: desmoralizar o sistema político e, ao mesmo tempo, perpetuar a lógica que condenava. A operação, longe de ser o marco de renovação que prometia, se tornou um espetáculo de poder e vaidade, deixando um rastro de destruição institucional. E, no centro dessa trama, personagens como Rosângela e Sergio continuam a explorar a política para seus próprios interesses, enquanto o discurso “moralizador” que empunhavam se desfaz na prática oportunista.
O combate à corrupção é essencial. Mas ele só é legítimo quando é ético, coerente e comprometido com a democracia. A Lava Jato falhou em todos esses quesitos.